SOBRE A CULPA
“A culpa se senta como um grande pássaro negro nos ombros de quase todos nós. O conceito junguiano de sombra nos faz lembrar de nossa participação no proibido, do nosso egoísmo, narcisismo e covardia.”
Hollis (1999) ainda
nos fala de três tipos diferentes de culpa, a saber:
1.
A culpa como responsabilidade, que é aquela na qual declaro que errei,
que reconheço e aceito minhas escolhas. Nenhuma pessoa consciente pode se dizer
inocente. Então após reconhecer-se culpado, deve-se buscar uma forma, mesmo que
simbólica de recompensar o que foi feito pois só assim atingir-se-á a
remissão.
2.
A culpa como defesa contra a angústia: esta não é a verdadeira culpa, mas
aquela que advém da ansiedade gerada quando sentimos que não agimos ou falamos
de maneira adequada, ou seja, que não fomos agradáveis para com o outro. Isto é
comum, por exemplo, quando dizemos “não” para alguém. Isto se deve ao fato de
termos sido “condicionados a ser agradáveis em vez de sinceros, flexíveis em vez
de autênticos, adaptáveis em vez de fazer valer nossas opiniões”.3. A culpa existencial: é aquela que apenas pessoas com certo grau de consciência apresentam e que não há o que fazer. Por exemplo, pode-se sentir culpa por ter sido omisso na preservação da natureza; por comer carne em razão da morte de um ser vivo, mas se nos tornamos vegetarianos também matamos o vegetal. É o tipo de culpa que se tem que aceitar.
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