Florais de Bach – como combater o MEDO
O Dr. Edward Bach, em seus estudos sobre o comportamento humano, identificou
algumas emoções que, em graus elevados, podem perturbar nossa vida, prejudicando
nosso bem-estar e nossa resposta positiva às situações do dia-a-dia.
Uma dessas emoções é o MEDO.
O Dicionário Houaiss define medo como: “Estado afetivo suscitado pela consciência do perigo ou que, ao contrário, suscita essa consciência.” E mais: “Temor, ansiedade irracional ou fundamentada; receio. Desejo de evitar, ou apreensão, preocupação em relação a (algo desagradável).”
Sabemos que o medo é uma emoção que nos permitiu sobreviver, desde o inicio da vida humana. Frente à percepção de perigo, o medo nos estimula à ação de luta ou de fuga, ou nos deixa imobilizados. O medo tem por objetivo promover a sobrevivência.
A maioria de nós não precisa mais lutar (ou correr) por nossas vidas na selva, mas o medo está longe de ser desaparecer, pois continua servindo ao mesmo propósito. O que mudou foram só os estímulos, já que corremos o mesmo risco que corríamos há centenas de anos e nosso medo ainda serve para nos proteger da mesma forma que nos protegia antes.
Para o ser humano, além do instinto, também há outros fatores envolvidos no medo. O ser humano pode ter o dom da antecipação, o que nos faz imaginar coisas terríveis que poderiam acontecer ( E se…. )A antecipação de um estímulo de medo pode provocar a mesma reação que teríamos se vivêssemos a situação real e isso também é um benefício obtido com a evolução. Há, também, o condicionamento, motivo pelo qual algumas pessoas temem cachorros, ao passo que outras os consideram praticamente um membro da família.
Diante das pressões do mundo moderno, nossa resposta aos sinais de perigo ou estresse pode tornar-se exagerada, gerando mais dificuldades do que benefícios.
Esse desequilíbrio emocional tem contribuído decisivamente para que muitos vivam em constante sensação de fragilidade e insegurança, despertando o medo patológico.
E como combatê-lo?
O Dr. Bach identificou alguns tipos de medo e o antídoto floral para neutralizá-lo.
ASPEN
– para quem sofre por : medos vagos e espirituais, teme as manifestações sobrenaturais, sonambulismo; enurese noturna, bruxismo; pesadelo; mudanças de humor inexplicáveis
( “Tenho apreensões…”)
- favorece o desenvolvimento da coragem para viver o novo com alegria e confiança. Paz interior, segurança. Usar as percepções interiores de forma positiva. Calma e tranquilidade; calmante natural.
CHERRY PLUM
- para quem sofre por : Pensamentos irracionais; medo de perder o controle emocional e mental; autodestruição; tendência suicida; impulsividade; automutilação; fúria; agitação, compulsão; terror e enurese noturna; pesadelos. (“Tenho medo de que eu possa cometer algo terrível. “)
- favorece o desenvolvimento do autocontrole físico, emocional e mental; clareza dos sentimentos em conflito. Serenidade e clareza.
MIMULUS
- para quem sofre por : Medo de coisas concretas; medo de doenças, acidentes, ladrão, chuva, etc; hipocondria; gagueira; timidez; medos de provas. (” Me dá medo.”)
- favorece o desenvolvimento da espontaneidade, coragem de ser você mesmo. Segurança,vontade de aceitar desafios e correr riscos.
RED CHESTNUT
- para quem sofre por : Ficar superapreensivo com o bem estar dos outros; medo excessivo de que ocorram infortúnios com os entes queridos. (“Tenho tanto medo por eles.”)
- favorece o desenvolvimento do pensamento positivo e protetor para com os entes queridos. Confiança na capacidade que os outros possuem de se defender e se proteger.
ROCK ROSE
- para quem sofre por : Pânico, medo extremo, terror, desespero, pesadelo, distúrbios noturnos e doenças graves. O medo que somatiza. Sente a morte. (“Estou aterrorizado!”)
- favorece o desenvolvimento da coragem heróica, presença de espírito; coragem para enfrentar a morte; resgate. Ação e clareza.
Buscando o autoconhecimento e a autocura, é possível vencer o medo doentio, alcançando o equilíbrio emocional.
Quando era estudante de Medicina, tive uma experiência com uma amiga que
encontrei na porta do prédio onde haveria uma festa no 15º andar. Fui para o
elevador e ela se dirigiu para as escadas. “Prefiro ir pelas escadas. Tenho medo
de elevador” foi o que me disse. Eu insisti e insisti para que subíssemos
juntos, e ela acabou concordando. Lá pelo 7º andar, entrou numa crise de pânico
tão desesperado que apertei o botão de emergência. O elevador parou e nós
subimos pela escada até o local da festa.
Minha amiga era portadora de um transtorno chamado claustrofobia (medo de
lugares fechados) no qual a ansiedade é desencadeada por situações que para os
outros não representam perigo nem ameaça.
A agorafobia é outro distúrbio de ansiedade que, na maioria das vezes, está
associado às crises de pânico. Formada por dois radicais gregos – ágora, nome
dado às praças onde se realizavam trocas de mercadorias ou reuniões do povo e
fobos, que quer dizer medo, – inicialmente, a palavra era empregada para indicar
o medo que as pessoas sentiam em lugares abertos. Hoje, o significado é muito
mais amplo. Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatística da Associação
Psiquiatra Americana (DSM-IV), a palavra é usada para definir comportamentos de
esquiva, que aparecem quando a pessoa se encontra em situações ou locais dos
quais seria difícil ou embaraçoso escapar ou mesmo receber socorro se algo de
errado acontecesse. Nos casos mais graves, a agorafobia compromete a vida social
e profissional dos pacientes.
CARACTERÍSTICAS
Drauzio – O que caracteriza a agorafobia?
Tito P. de Barros – A principal característica da agorafobia
é estar associada ao transtorno de pânico. Geralmente, a pessoa relaciona esse
transtorno a determinadas situações ou ambientes e passa a evitá-los com medo
que deflagrem ataques de pânico. Por exemplo, sair de casa sozinha. Se algum dia
ela saiu de casa a pé ou de carro e passou mal no trânsito, evita sair
desacompanhada. Precisa sempre de alguém de confiança por perto. Mesmo dentro de
casa, se teve um ataque de pânico, dormindo ou enquanto tomava banho, não
consegue mais ficar sozinha.
As situações que desencadeiam o processo são muitas. O agorafóbico teme
enfrentar congestionamentos, passar por túneis e pontes, viajar em estradas que
não tenham telefones de emergência instalados a cada um ou dois quilômetros,
porque julga que sair dali será difícil ou embaraçoso ou, ainda, porque o
socorro não estará disponível se ocorrer uma emergência.
Drauzio – O ataque de pânico associado a uma fobia específica – medo
de ficar preso no elevador, por exemplo, – costuma estender-se a outras
situações da vida diária?
Tito P. de Barros – Pode restringir-se, como pode
generalizar-se. Isso depende de uma série de fatores, inclusive da
personalidade. Se a pessoa for mais vulnerável biologicamente ou às condições
determinadas pelo ambiente e pela educação, pode ampliar um quadro de fobia
específica para um quadro de agorafobia ampla.
Há indivíduos que só apresentam manifestações fóbicas, de ansiedade, em
ambientes fechados. O caso da sua amiga que teve um ataque de pânico situacional
por estar dentro de um elevador fechado é típico da claustrofobia (uma forma
restrita de agorafobia), mas diferente do da bilheteira de cinema que não
conseguia ficar dentro da cabine com a porta fechada, o que estava criando
problemas com o gerente. Essa evitava qualquer tipo de lugar fechado. Não
entrava em elevadores, nem utilizava o metrô com pavor de que parasse nos túneis
e ela não conseguisse escapar.
Drauzio – Às vezes, parece que esses imprevistos acontecem mais
quando pessoas com medo estão por perto…
Tito P. de Barros – É a lei de Murphy. Essas pessoas
superestimam a possibilidade da ocorrência de um evento negativo, por uma
distorção de pensamento que chamamos de distorção cognitiva. Elas evitam, por
exemplo, pegar o metrô porque, na cabeça delas, certamente ele vai parar dentro
do túnel, o que será um desastre em suas vidas.
CAUSAS
Drauzio – Qual a fisiopatologia desse tipo de distúrbio, uma vez que
sentir medo é absolutamente normal e foi essencial para a sobrevivência de nossa
espécie?
Tito P. de Barros – Provavelmente, existe vulnerabilidade
biológica ou genética para alguns transtornos. No entanto, não existem estudos
conclusivos sobre transtornos como a agorafobia e a fobia social.
Uma das teorias é que condicionamento aversivo ou experiência desagradável
possam detonar o processo. Um exemplo é o da pessoa que estava num elevador
lotado quando ele enguiçou. Até aí nada demais, se ela não tivesse se sentido
mal e vomitado. A partir dessa experiência desagradável, ela deixou de entrar em
elevadores temendo que algo parecido lhe acontecesse de novo.
A outra teoria é a educação. Pais superprotetores criam filhos chamando muito
sua atenção para os perigos da vida. Por isso, a pessoa pode desenvolver fobia
de avião, mesmo sem ter tido qualquer experiência aversiva, nem sequer entrado
num avião, se crescer num ambiente em que o tempo todo a família conversa sobre
desastres aéreos e o número de mortes.
FOBIAS ESPECÍFICAS
Drauzio – Barata é um inseto pelo qual a pessoas sentem aversão.
Mulheres, especialmente, costumam ter medo de baratas. Algumas têm pavor e são
capazes de atos arriscados para escapar de um ambiente onde haja uma barata.
Qual a diferença entre uma reação aceitável diante de um estímulo aversivo e uma
reação exagerada?
Tito p. de Barros – No caso da fobia de baratas, o
interessante é que incide mais nas mulheres do que nos homens, na proporção de
8, 9 mulheres para cada homem. Há até um livro do Henfil, chamado ”Diário de
uma Cucaracha“ em que existe a ilustração de uma barata no canto inferior
direito da capa. Esse mesmo livro tem uma edição especial para mulheres, com uma
tarja branca sobre a ilustração.
De certa forma, a aversão a baratas está cercada de certos comportamentos
histriônicos, cômicos até. As pessoas têm nojo, acham o inseto horripilante,
gritam, sobem nas cadeiras, saem correndo, mas tal reação nem sempre reflete o
medo patológico próprio dos quadros fóbicos. Tive uma paciente com fobia de
baratas que trabalhava com os pés em cima do cesto de papéis com medo de que uma
barata subisse por suas pernas e revistava os ambientes à procura de orifícios
por onde os insetos pudessem passar.
Drauzio – Que outros animais costumam provocar esse tipo de reação
fóbica?
Tito P. de Barros – Em geral, cachorros, gatos e pássaros.
Existem pessoas que evitam andar nas ruas com medo de que pombos esvoacem sobre
elas.
Drauzio – Um pintinho recém-nascido foge apavorado se uma sombra de
asas batendo incidir sobre ele. Não é um comportamento aprendido. O reflexo de
fugir de objetos voadores ou de aves predatórias está geneticamente condicionado
neles. Existe explicação genética para as sensações provocadas pelas crises de
pânico?
Tito P. de Barros – É bem provável que exista na síndrome do
pânico. A teoria é que, nesses casos, um falso alarme dispara sem razão e a
pessoa reage como se tivesse um problema físico. Como numa bola de neve, os
sintomas (aceleração do batimento cardíaco, tremor, respiração ofegante,
sudorese, tontura) aumentam o medo e a intensidade da crise e ela se sente à
beira de um infarto ou derrame.
O comportamento dos pintinhos faz lembrar que, no reino animal, o olhar do
predador fixo sobre a presa é um sinal de perigo. O interessante é que o fóbico
social também se sente acuado quando as pessoas olham para ele. Imagina estar
sendo observado e avaliado, de preferência negativamente, o que aumenta o grau
de ansiedade.
PREVALÊNCIA
Drauzio – Segundo a psiquiatria clássica, as mulheres têm mais
depressão, mais distúrbios de ansiedade e mais distúrbios alimentares. Os
homens, mais reações agressivas e maior abuso de drogas. Mulheres são mais
suscetíveis aos ataques de pânico do que os homens?
Tito P. de Barros – Não sei se os ataques de pânico são mais
prevalentes nas mulheres, ou se elas são mais sinceras para admitir as crises.
Estudos indicam, porém, que depressão, pânico, ansiedade e fobia social são
distúrbios que acometem mais o sexo feminino. Tenho algumas dúvidas a respeito
desses achados, porque envolvem aspectos culturais que acabam interferindo na
vida prática: homem não chora, não sente medo, não entra em pânico. Talvez, um
estudo que aplique metodologia diferente não revele os mesmos valores.
Drauzio – São mais comuns as claustrofobias ou as fobias sociais que
se manifestam em ambientes abertos?
Tito P. de Barros – Os resultados dos estudos variam muito,
mas pode-se dizer que os quadros de fobia social e de agorafobia são mais
prevalentes do que os de pânico, e que as fobias específicas (de animal, de
altura, de lugares fechados) são muito comuns.
Drauzio – É possível definir a história natural da evolução das
fobias quando não tratadas?
Tito P. de Barros – Em alguns casos, podem ocorrer períodos
de melhora, mas em muitos deles a evolução é crônica, sem períodos de remissão,
e o quadro pode agravar-se com o uso de substâncias químicas como o álcool e os
tranquilizantes (benzodiazepínicos).
Drauzio – O abuso de drogas é frequente nos portadores de
fobias?
Tito P. de Barros – Não é frequente, mas pode acontecer. Às
vezes, os fóbicos conseguem a receita para comprar tranquilizantes com médicos
conhecidos e vão tomando por conta própria até tornarem-se dependentes dessas
substâncias que são contra-indicadas para o tratamento desses transtornos.
TRATAMENTO
Drauzio – Como deve ser conduzido o tratamento das
fobias?
Tito P. de Barros – O tratamento das fobias em geral e das
fobias específicas baseia-se numa técnica chamada de auto-exposição ao estímulo
fóbico e consiste no enfrentamento gradual das situações que provocam medo. Para
tanto, é construída uma lista hierárquica de situações. À medida que vai
enfrentando o medo, a pessoa atribui uma nota entre zero e dez para nível de
ansiedade e só passará para outro degrau da hierarquia, quando não houver mais
nenhum desconforto diante daquele estímulo.
Vamos dar o exemplo da pessoa que não consegue sair de casa. O primeiro
desafio proposto é chegar ao portão e ficar por alguns minutos na frente do
prédio onde mora. Depois, deverá ir até a esquina, dar uma volta no quarteirão,
ir à padaria e à banca de jornais que ficam a quatro quadras da residência e
assim sucessivamente de forma a ampliar seu raio de ação.
Drauzio – Ela consegue fazer isso sozinha e sem
medicação?
Tito P. de Barros – Consegue, se a hierarquia for bem
construída e começar pelos níveis menores de ansiedade. A chance de sucesso
desse tipo de tratamento gira em torno de 80%.
No que se refere à medicação, alguns antidepressivos são indicados para
controlar os ataques de pânico, mas esses remédios não funcionam nos casos de
esquiva fóbica. A pessoa precisa enfrentar as situações que provocam medo. Se
tiver dificuldade de fazê-lo ao vivo, recorre-se a uma técnica chamada
dessensibilização sistemática ou exposição à imaginação.
Drauzio – Como se aplica esse tipo de técnica?
Tito P. de Barros – A pessoa começa fazendo relaxamento.
Depois, imagina uma série de cenas ou situações ligadas ao estímulo fóbico. Essa
exposição no campo da imaginação ajuda-a a baixar o nível de ansiedade de tal
forma que, quando tiver de enfrentar a situação ao vivo, ele estará bem mais
tolerável.
Tive a oportunidade de tratar uma paciente com fobia de cachorro usando essa
técnica. Ela não conseguia sequer aproximar-se de um filhote. Então, durante
várias sessões, depois do relaxamento, passou a imaginar cenas em que apareciam
cães e, mais tarde, foi capaz de entrar em contato direto com esses animais.
Drauzio – No caso da moça que trabalhava com os pés elevados por medo
de que uma barata subisse neles, como você conduziria o tratamento aplicando a
técnica de dessensibilização sistemática?
Tito P. de Barros – Começaria com a palavra barata que ela
não conseguia pronunciar sem sentir ansiedade. Por isso, referia-se ao animal
como aquele inseto. Depois a faria olhar para o desenho de uma barata e para uma
foto. A seguir, mostraria uma barata de plástico – algumas são simulacros
perfeitos do inseto – e a daria para colocar na bolsa e levar para casa. Assim,
vencendo etapas intermediarias da hierarquia, a moça iria se dessensibilizando
até ter coragem de entrar em contato com baratas de verdade.
Drauzio – Algumas crianças têm pavor do escuro. Como você orienta
esses casos?
Tito P. de Barros – Não tenho experiência com crianças, mas
o procedimento de dessensibilização é o mesmo do indicado para os adultos. O
ideal seria trabalhar com diferentes graus de intensidade de luz que ajudariam a
aliviar o medo da escuridão total. Para tanto existem lâmpadas com reostastos
que permitem regular a intensidade da luz, níveis diferentes de abertura de
porta que dão para um corredor iluminado ou bonecos vaga-lumes que emitem luz
própria.
Drauzio – Como agir com as crianças com medo do escuro que não
conseguem dormir se não tiverem um adulto ao lado?
Tito P. de Barros – Os pais devem aguardar que a criança com
medo adormeça, mas o tempo que ficam a seu lado deve ir diminuindo
gradativamente e precisam incentivar a criança a dormir sozinha. Tudo feito de
forma muito gradual, sem pular etapas.
Drauzio – Crianças com medo do escuro têm tendência a manifestar
distúrbios de ansiedade como a síndrome do pânico mais tarde na
vida?
Tito P.de Barros – Com medo do escuro, não. Mas existe uma
síndrome de ansiedade de separação que se manifesta na infância e que está
relacionada com a síndrome do pânico. Parece que criança com dificuldade para
afastar-se dos pais e de adaptar-se na escola tem predisposição para desenvolver
pânico. No entanto, tal comportamento pode ser reflexo de uma característica de
personalidade própria das pessoas dependentes que precisam sempre de alguém para
apoiar-se, para pedir opinião, para decidir o que fazer. Essas têm maior
tendência ao pânico.
Uma dessas emoções é o MEDO.
O Dicionário Houaiss define medo como: “Estado afetivo suscitado pela consciência do perigo ou que, ao contrário, suscita essa consciência.” E mais: “Temor, ansiedade irracional ou fundamentada; receio. Desejo de evitar, ou apreensão, preocupação em relação a (algo desagradável).”
Sabemos que o medo é uma emoção que nos permitiu sobreviver, desde o inicio da vida humana. Frente à percepção de perigo, o medo nos estimula à ação de luta ou de fuga, ou nos deixa imobilizados. O medo tem por objetivo promover a sobrevivência.
A maioria de nós não precisa mais lutar (ou correr) por nossas vidas na selva, mas o medo está longe de ser desaparecer, pois continua servindo ao mesmo propósito. O que mudou foram só os estímulos, já que corremos o mesmo risco que corríamos há centenas de anos e nosso medo ainda serve para nos proteger da mesma forma que nos protegia antes.
Para o ser humano, além do instinto, também há outros fatores envolvidos no medo. O ser humano pode ter o dom da antecipação, o que nos faz imaginar coisas terríveis que poderiam acontecer ( E se…. )A antecipação de um estímulo de medo pode provocar a mesma reação que teríamos se vivêssemos a situação real e isso também é um benefício obtido com a evolução. Há, também, o condicionamento, motivo pelo qual algumas pessoas temem cachorros, ao passo que outras os consideram praticamente um membro da família.
Diante das pressões do mundo moderno, nossa resposta aos sinais de perigo ou estresse pode tornar-se exagerada, gerando mais dificuldades do que benefícios.
Esse desequilíbrio emocional tem contribuído decisivamente para que muitos vivam em constante sensação de fragilidade e insegurança, despertando o medo patológico.
E como combatê-lo?
O Dr. Bach identificou alguns tipos de medo e o antídoto floral para neutralizá-lo.
ASPEN
– para quem sofre por : medos vagos e espirituais, teme as manifestações sobrenaturais, sonambulismo; enurese noturna, bruxismo; pesadelo; mudanças de humor inexplicáveis
( “Tenho apreensões…”)
- favorece o desenvolvimento da coragem para viver o novo com alegria e confiança. Paz interior, segurança. Usar as percepções interiores de forma positiva. Calma e tranquilidade; calmante natural.
CHERRY PLUM
- para quem sofre por : Pensamentos irracionais; medo de perder o controle emocional e mental; autodestruição; tendência suicida; impulsividade; automutilação; fúria; agitação, compulsão; terror e enurese noturna; pesadelos. (“Tenho medo de que eu possa cometer algo terrível. “)
- favorece o desenvolvimento do autocontrole físico, emocional e mental; clareza dos sentimentos em conflito. Serenidade e clareza.
MIMULUS
- para quem sofre por : Medo de coisas concretas; medo de doenças, acidentes, ladrão, chuva, etc; hipocondria; gagueira; timidez; medos de provas. (” Me dá medo.”)
- favorece o desenvolvimento da espontaneidade, coragem de ser você mesmo. Segurança,vontade de aceitar desafios e correr riscos.
RED CHESTNUT
- para quem sofre por : Ficar superapreensivo com o bem estar dos outros; medo excessivo de que ocorram infortúnios com os entes queridos. (“Tenho tanto medo por eles.”)
- favorece o desenvolvimento do pensamento positivo e protetor para com os entes queridos. Confiança na capacidade que os outros possuem de se defender e se proteger.
ROCK ROSE
- para quem sofre por : Pânico, medo extremo, terror, desespero, pesadelo, distúrbios noturnos e doenças graves. O medo que somatiza. Sente a morte. (“Estou aterrorizado!”)
- favorece o desenvolvimento da coragem heróica, presença de espírito; coragem para enfrentar a morte; resgate. Ação e clareza.
Buscando o autoconhecimento e a autocura, é possível vencer o medo doentio, alcançando o equilíbrio emocional.
Agorafobia(Drauzio Varela)
Dr. Tito Paes de
Barros Neto é médico psiquiatra. Supervisor do Ambulatório de Ansiedade (AMBAN)
do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São
Paulo e assistente do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo,
publicou o livro "Sem medo de ter medo – um guia prático para ajudar pessoas com
pânico, fobias, obsessões, compulsões e estresse" (Ed. Casa do Psicólogo,
2000)
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