Quando a nossa vida é abalrroada por
acontecimentos de elevado impacto negativo, podemos gerar em nós um sentimento
de medo e com isso vermos grande parte das nossas ações paralisadas. O medo pode
tornar-se inibidor dos sonhos e dos objetivos de vida. Pode conduzir-nos a
excessivos comportamentos de segurança que nos retiram mobilidade de vida. Não
podemos deixar de sentir medo. O medo é protetor, faz parte de nós. O que
podemos fazer é permitir-nos sentir medo, sem que isso se torne num obstáculo à
nossa vida. Se você sente que o medo está sendo responsável por grande parte da
sua bagagem emocional negativa, perceba que sentir medo é natural. Eu sinto
medo, você sente medo, todas as pessoas sentem medo, isso é ser-se humano.
Permita-se ser humano. Permita-se a ter dias maus, a ter dias de tristeza, a ter
dias de fracasso, a ter dias deprimidos. Deixe fluir as suas emoções e perceba o
que lhe transmitem, fale delas, desabafe, coloque para fora as suas
preocupações. Sentir as coisas, é uma condição humana. Não tem mal nenhum sentir
emoções negativas.
Prejudicamo-nos quando ficamos “agarrados”
demasiado tempo aos acontecimentos negativos e consequentes pensamentos
negativos e emoções negativas. Prejudicamo-nos quando nos fundimos a tudo isso,
e julgamos ser isso, agindo à luz dessa verdade construída por nós. Permita-se a
sentir as coisas, mas ficando retido nelas apenas o tempo suficiente para voltar
a recuperar-se e construir o caminho de volta à vida que pretende ter.
APRENDENDO A FUGIR DA AUTO CRITICA
No entanto, se conseguirmos deixar de perpetuar
essa autocrítica negativa e olhá-la como um tipo de informação que nos alerta
acerca de alguns problemas que necessitam de ser resolvidos ou melhorados em
algumas áreas da nossa vida, podemos conseguir sair beneficiados. É como uma
chamada de atenção (um sistema de proteção) que se traduz numa crítica direta a
nós mesmos. Só que o resultado final, por vezes, transforma-se numa punição por
não estarmos a corresponder às nossas próprias expetativas.
Importa tentar perceber qual o conteúdo da
informação que esse tipo de autocrítica expressa, e de que forma se revela. Os
investigadores e psicoterapeutas Bonnie Weiss, LCSW e Jay Earley, identificaram
sete tipos de autocrítica. A maioria de nós realmente apresenta várias
expressões dessa autocrítica que aparentemente nos tenta proteger, mas que,
maioritariamente nos prejudica a vida.
PERFECCIONISMO
"Você é impelido a fazer as coisas de forma perfeita. Você vai construindo elevados padrões de comportamento, desempenho e produção. Torna-se rígido consigo e com os outros, querendo sempre que tudo se realize na perfeição. Desenvolve um pensamento de tudo ou nada. Quando alguma das coisas que faz não está de acordo com os seus padrões de realização, interpreta como um fracasso e critica-se duramente."
Na base desta autocrítica negativa acerca de
alguns dos seus desempenhos, pode estar uma educação demasiado rígida, em que
não eram admitidas falhas, fracassos e erros. Provavelmente você pode ter sido
tremendamente criticado acerca das suas realizações. E com isso poderá ter
construído a ideia que só seria uma pessoa de valor se fizesse tudo na
perfeição.